O diabetes Mellitus caracteriza-se por uma menor produção do hormônio insulina, provocando aumento dos níveis de glicose sangüínea. O diabetes diminui a capacidade do organismo de queimar o material energético ou glicose que ele retira dos alimentos para energia. A glicose é transportada pelo sangue para as células necessitam de insulina, que é produzida pelo pâncreas para permitir que a glicose se movimenta para o interior. Sem insulina, a glicose se acumula no sangue e é eliminada pela urina por meio dos rins (Nielman, 1999).
As causas podem ser as mais variadas tais como hereditariedade, obesidade, estresse, alimentação, gravidez, inatividade física, idade, etc.
A Organização Mundial de saúde classifica os indivíduos como diabéticos, quando os níveis de glicose no sangue estiverem acima dos 140mg/dl. Os valores normais que devem ser mantidos sobre controle encontram-se entre 75 a 100 mg/dl. Dependendo do tipo de diabetes, seu tratamento inclui a administração de insulina exógena, agentes hipoglicêmicos por via oral, dietas e exercícios físicos (Guedes, 1995).
Tipos de Diabetes:
Diabetes Melito Tipo I
São também conhecidos como insulino dependentes, pois caracterizam-se por apresentarem um quadro de baixa dos níveis de insulina ou mesmo a inexistência da produção da mesma. Durante os exercícios, estes indivíduos respondem com um aumento nos níveis de glicose, ácido graxos e cetonas.
De acordo com POLLOCK (1993) “o diabetes do tipo I instala-se de forma mais rápida e é mais difícil de ser controlada e é tratada por meio de injeções de insulina.” O tipo I acomete de 10 a 15 % dos diabéticos e tem sua maior incidência em indivíduos jovens (diabete juvenil). TEIXEIRA (1992) e POLLOCK (1993).
Diabetes Melito do tipo II
Freqüentemente denominado diabete melito não insulino dependente, é a diabete que secreta moléculas defeituosas de insulina que não são eficientes para fazer com que a glicose não entre na corrente sangüínea.
Segundo TEIXEIRA (1992), está associada à hereditariedade, dependendo, entretanto, de fatores como vida sedentária e maus hábitos alimentares. Tem sua maior incidência em indivíduos com mais de 40 anos de idade (diabete senil).
Para GUEDES (1998), aproximadamente 80 a 90 % dos diabéticos do tipo II apresentam sobrepeso ou são obesos. Em indivíduos com obesidade leve, o risco de surgimento de diabetes é 2,9 vezes maior que nos não obesos, 5 vezes no caso de obesidade moderada e 10 vezes no caso de obesidade elevada.
A diabetes do tipo II se instala, geralmente, de forma insidiosa, e resulta de uma produção reduzida de insulina pelo pâncreas ou de uma diminuição na sensibilidade dos receptores celulares à insulina. Ela é tratada inicialmente com dieta e exercícios, agentes hipoglicemiantes orais e, finalmente, para alguns indivíduos com injeções de insulina. POLLOCK (1993).
Durante os exercícios, os níveis de glicose se reduzem gradualmente devido à sua maior solicitação de uso pela musculatura esquelética. A produção de glicose pelo fígado é inibida pela presença de altos níveis de insulina, não sendo comprovado, no entanto, a ocorrência de uma hipoglicemia durante os exercícios de curta duração.
Efeitos da atividade física em Diabéticos:
A atividade física pode ser útil como elemento complementar à dieta tradicional. O objetivo dos exercícios seria a otimização da capacidade funcional, controle de peso corporal, a modulação dos níveis glicêmicos e a redução de outros fatores metabólicos de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Pollock,1993). A prática de exercícios físicos provoca a elevação da sensibilidade dos tecidos à insulina, e, com isso, a tolerância à glicose aumenta, permitindo, dessa forma, menor restrição à ingestão de glicídios.
Cuidados:
A prática de exercícios físicos só é recomendada quando os níveis circulantes de glicose no sangue são mantidos sob controle mediante o uso de insulina e de dieta adequada. Caso isso não ocorra, á risco de levar o indivíduo diabético a um estado de hipoglicemia (Guedes:1995). É importante ser informado sob efeitos provocados pelos medicamentos utilizados pelo indivíduo. Os pacientes que ingerem simultaneamente insulina e agentes betabloqueadores, podem mascarar os sintomas de hipoglicemia e de elevação da freqüência cardíaca.
Exercícios para Diabéticos:
O exercício físico é de suma importância para os diabéticos pois ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue e o peso corporal. A prática de atividades físicas, segundo VIVOLO (1994), contribui para os níveis de glicemia, aumentar a capacidade do corpo em utilizar a glicose e aumentar a capacidade da insulina na redução dos níveis de glicose no sangue. Este fato faz com que haja a administração de uma menor quantidade e insulina para quem a toma diariamente ou um melhor aproveitamento deste substrato nos diabéticos que possuem este hormônio, mas que não são capazes de utilizá-la adequadamente.
VIVOLO, afirma que a atividade física provoca uma diminuição do risco de doenças cardíacas, melhora da hipertensão arterial e em combinação com a dieta um controle do diabetes tipo II, em alguns casos, eliminando a necessidade de medicação.
Segundo Guedes (1998), os indivíduos diabéticos que conseguem obter uma redução de aproximadamente 20% de seu peso corporal inicial demostram ser capazes de suspender o uso de insulina exógena ou de agentes hipoglicêmicos. Deste modo, o autor considera que a prevenção da obesidade pode retardar ou prevenir o desenvolvimento pelos diabéticos.
Prescrição de exercícios:
Os exercícios para diabéticos insulino-dependentes só podem ser praticados se os níveis de glicose estiverem controlados. O controle se baseia no nível de aproximadamente 250mg% e ausência de sintomas. VIVOLO (1999). O primeiro passo para prescrição de exercício é obter do indivíduo um exame que relate a condição dos níveis sangüíneos de glicose. É também necessário realizar uma avaliação antes de iniciar o programa de exercícios.
Precauções quanto à prática de exercícios:
Os diabéticos do tipo I devem precaver-se quanto à prática de atividade física logo após a aplicação de insulina. No tipo II, os exercícios ajudarão a perder ou a manter o peso corporal. Deste modo, deve-se tomar cuidado com os exercícios que contribuem para que o sobrepeso do indivíduo comprima os vasos e comprometa a circulação sangüínea.
Não se exercitar em condições climáticas adversas sem tomar algumas precauções também é uma maneira de melhorar a prática de exercícios. Ao exercitar-se no calor, recomenda-se molhar as partes do corpo com água gelada a intervalos regulares. No frio, escolher roupas que permitam um isolamento adequado do frio, evitando tecidos que não permitem a evaporação do suor.
Segundo VIVOLO (1994), os diabéticos bem controlados devem tomar cuidado com a probabilidade de ocorrência de uma hipoglicemia que podem ocorrer antes, durante, logo após ou no decorrer 24 horas seguintes ao término da atividade física, pois o nível de glicose continuará a cair. Já nos maus controlados, a atividade física pode elevar o nível de glicose no sangue e também produzir ou elevar os corpos cetônicos de forma indesejável. Deve-se evitar a realização de exercícios nos horários de pico da ação da insulina, visando prevenir a Hipoglicemias. Um bom horário para exercitar-se é após as refeições, quando o indivíduo apresenta bastante disponibilidade de glicose. Nesse caso, a atividade física é utilizada como uma forma de reduzir essa elevação. No entanto exercícios de alta intensidade devem ser evitados nessas ocasiões.
A atividade física pode influenciar na “velocidade de absorção da insulina”, se for aplicada imediatamente antes dela. É aconselhável iniciar a atividade até pelo menos uma hora após ter tomado insulNão recomenda-se a prática de exercício caso: o nível de glicose esteja acima de 300 mg/dl; o nível de glicose esteja acima de 240 mg/dl e cetonas na urina; quando apresentar alguma complicação.
Se o indivíduo for realizar exercícios físicos mais rigorosos a aplicação deve ser feita no abdômen. Alguns pacientes podem ter necessidade de se alimentar antes da atividade física. Esse fato deve fazer parte do planejamento alimentar, sob orientação do médico ou da nutricionista. Ao realizar um exercício de maior intensidade por período mais prolongado pode ser difícil para o paciente prevenir a queda de glicose no sangue apenas com a alimentação suplementar. Nesse caso, convém reduzir a dose de insulina que está agindo durante o período de realização dos exercícios.
Recomendações:
Segundo o American College of Sports Medicine (ACMS), o indivíduo diabético deve se exercitar de 5 a 7 dias por semana, com a duração entre 30 - 40 minutos e a intensidade de 60 à 75 da Fc máx ou 50 à 60% do VO2máx. A atividade de predominância aeróbia. Exercícios de intensidade elevada ou longa duração devem ser evitados (acima de 60 minutos), como também em temperaturas elevadas.
Fonte:Prof. Ms. Jeferson Macedo Vianna
Tel. (32) 3236-1081 / 9987-5089 E
E-mail: jeferson_vianna@uol.com.br ou
jvianna@faefid.ufjf.br
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